terça-feira, 4 de junho de 2013

RS: DEMISSÃO DE PROFESSOR EXPÕE LIMITE ENTRE ENSINO E DOUTRINA RELIGIOSA

A demissão de um professor de história do colégio particular La Salle Pão dos Pobres, em Porto Alegre (RS), ocorrida no dia 17 de maio, provocou protesto dos alunos contra a direção e trouxe à tona dúvidas sobre até que ponto a doutrina religiosa de escolas confessionais (ligadas a uma crença religiosa) pode influenciar o currículo e a rotina da comunidade escolar.

Conforme informações divulgadas em nota pela assessoria de comunicação da rede La Salle Porto Alegre, o professor Giovanni Biazzetto foi demitido devido a “uma questão técnico-pedagógica”. Para o professor, houve uma perseguição religiosa por parte de um novo diretor que exigia que ele abordasse conteúdos de cunho religioso, tarefa que recusava por não ter a mesma crença do diretor.

Ao lado do professor, estão dezenas de alunos e seus pais que protestaram em frente à escola contra a demissão. De acordo com uma mãe que não quis se identificar, o grupo teria recebido ameaças por parte da escola de perder bolsas, por isso, os pais dos alunos envolvidos denunciaram a escola no Conselho Tutelar, que está apurando o caso. Atualmente, o La Salle Pão dos Pobres conta com cerca de 430 alunos, sendo que 70% deles possui bolsa integral e 25% bolsa parcial. Uma professora de filosofia do colégio também pediu demissão depois do ocorrido com o colega.

De acordo com a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) do Ministério da Educação (MEC), as escolas possuem autonomia quanto à metodologia de ensino adotada, mas devem contemplar conteúdos obrigatórios. A educação religiosa, conforme o artigo 33 da LDB, é facultativa. No caso da escola oferecer a disciplina, seja ela privada ou pública, deve ser assegurado o respeito à diversidade e fica vedada qualquer forma de proselitismo religioso, ou seja, nenhuma doutrina pode ser imposta aos alunos.

A diferença para as escolas privadas confessionais é, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado no Estado do Rio Grande do Sul (Sinepe-RS), que elas têm autonomia para dar mais ênfase à sua religião no projeto pedagógico.

Acredito que a escola pode sim ter autonomia, uma vez que é uma escola confessional. Entretanto, o Estado é laico e tem leis e regras a serem seguidas, além do que o respeito à diversidade deve ser assegurado. Especialmente em escolas públicas – ou aquelas particulares que recebem subsídios dos governos (e quase todas recebem). Se houver o ensino religioso, que sejam abordadas e respeitadas TODAS as religiões e suas diferenças.

Principalmente em se tratando de crianças que não vão entender porque a religião delas não está sendo tratada - ou tendo tanta importância - como a outra e, muitas vezes, são obrigadas a aceitar as religiões ou ensinamentos que nada têm a ver com suas crenças.

É preciso lembrar que as várias religiões fazem parte da sociedade, ou a sociedade faz parte de diversas religiões, e isso tem que ser respeitado, sem enfatizar uma religião em detrimento de outra.

Sabemos que o Brasil é, em sua maioria, um país cristão. E, justamente por isso, tem que respeitar TODAS as crenças. Até mesmo a absoluta falta de crença!

Pois, ao ser cristão, o Brasil deve seguir a máxima que Jesus deixou: “Amar ao próximo como a si mesmo”. E amar é aceitar e respeitar as pessoas como elas são, com todas as suas diferenças!



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Um comentário:

  1. Eu penso que a escola está certa caso ela exponha seu gabarito antes dos alunos se matricular pois se o aluno entra em uma escola em que sabe que ela dará ensino religioso e essa escola tem uma religião predominante o aluno ou os pais ja sabiam que poderia acontecer então caso você não queira estudar religião matricule-se em uma escola laica. Não penso que tudo tem que ser flexível apenas nao podemos coprar algo sem saber o que estamos comprando

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