sábado, 30 de março de 2013

GRÊMIO LIVRE ESTUDANTIL: PARTICIPAR PARA TRANSFORMAR

 

A escola é um lugar onde se encontra um grande potencial para formar lideranças e a construção de formas pacíficas de relação social e promoção dos direitos de cidadania. Para isso, organizar  um grêmio estudantil pode vir a ser de grande valia na construção de uma experiência política teórica e prática de exercício de cidadania, formação de cultura cívida e estabelecimento de uma rede de capital social na escola.

Um grêmio estudantil é uma organização de estudantes sem fins lucrativos que representa seus interesses com fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais, sendo o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. 

Quando um aluno é atuante no grêmio estudantil, ele defende seus direitos e interesses e aprende ética e cidadania na prática, pois permite que sejam discutidas, criadas e fortalecidas diversas ações não só no ambiente escolar, como na comunidade – e até no país - a que os estudantes pertencem.

Assim, o Grêmio deve ser um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos. Além disso, um de seus objetivos principais é contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões a fim de ter voz ativa e participar - em conjunto com pais, funcionários, professores, coordenadores, diretores, e até mesmo a comunidade - na programação e na construção das regras e normas dentro da instituição de ensino. 

É bom lembrar que o grêmio também tem a função de expor as idéias e opiniões dos alunos dentro da administração da escola.

Os jovens brasileiros sempre cumpriram um importante papel na história da civilização atual. 

Em alguns momentos, no Brasil, aconteceram importantes movimentos dos estudantes organizados que se posicionaram e defenderam os direitos da sociedade, transformando a realidade na época e contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida do povo. 

1710 - Quando mais de mil soldados franceses invadiram o Rio de Janeiro, uma multidão de jovens estudantes de conventos e colégios religiosos enfrentou os invasores, vencendo-os e expulsando-os.
1786 - Doze estudantes brasileiros residentes no exterior fundaram um clube secreto para lutar pela Independência do Brasil. Alguns estudantes desempenharam papel fundamental para o acontecimento da Inconfidência Mineira.
1897 - Estudantes da Faculdade de Direito da Bahia divulgaram, através de um documento escrito, as atrocidades ocorridas em Canudos (BA).
1901 - Fundação da Federação de Estudantes Brasileiros, que iniciou o processo de organização dos estudantes em entidades representativas.
1914 - Estudantes tiveram participação significativa na Campanha Civilista de Rui Barbosa ocorrida em meados do século XX, e na Campanha Nacionalista de Olavo Bilac, promovida durante a 1ª Guerra Mundial.
1932 - A morte de quatro estudantes (MMDC – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) inspirou a revolta que eclodiu na insurreição de São Paulo contra o Governo Central (Revolução Constitucionalista).
1952 - Primeiro Congresso Interamericano de Estudantes, no qual se organizou a campanha pela criação da Petrobrás – “O Petróleo é Nosso”.
1963/64 - Os estudantes foram responsáveis por um dos mais importantes momentos de agitação cultural da história do país. Era a época do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, que produziu filmes, peças de teatro, músicas, livros e teve uma influência, que perdura até os dias de hoje, sobre toda uma geração.
1964 - Em 1º de abril, o Golpe Militar derrubou o presidente João Goulart. A partir daí foi instituída a ditadura militar no Brasil, que durou até o ano de 1985. Neste período as eleições eram indiretas, sem participação direta da população no processo de escolha de presidente e outros representantes políticos. Os estudantes formavam uma resistência contra o regime militar, expressando-se por meio de jornais clandestinos, músicas e manifestações, apesar da intensa repressão.
1968 - Em março, morre o estudante Edson Luís, assassinado por policiais no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro. No congresso da UNE, em Ibiúna, os estudantes reuniram-se para discutir alternativas à ditadura militar. Houve invasão da polícia, muitos estudantes foram presos, mortos ou desapareceram, evidenciando a repressão e a restrição à liberdade de expressão que eram características desse período. Em junho deste ano ocorre a passeata dos Cem Mil, que reuniu artistas, estudantes, jornalistas e a população em geral, em manifesto contra os abusos dos militares. Em dezembro, durante o governo do general Arthur da Costa e Silva, foi assinado e decretado o Ato Institucional número 5 (AI-5) que cassou a liberdade individual, acabando com a garantia de Habeas Corpus da população.
1979 - As entidades estudantis começam a ser reativadas. Acontece a primeira eleição por voto direto na história da UNE, quando é eleito o presidente baiano Rui César Costa e Silva.
1984 - “1,2,3,4,5 mil. Queremos eleger o presidente do Brasil!!!” Diretas Já! – movimento da população, com participação fundamental dos estudantes e dos políticos progressistas, para a volta das eleições diretas para presidente no Brasil. O congresso votou a favor das eleições indiretas e Tancredo Neves foi nomeado presidente para o próximo mandato (a partir de 1985). Ficou decidido que as próximas eleições, em 1989, seriam diretas. Depois de 34 anos de eleições indiretas Fernando Collor de Melo é eleito presidente.
1992 - Acontecem sucessivas manifestações nas ruas contra a corrupção no governo dando início ao movimento de estudantes chamado Caras Pintadas, que resultou no Impeachment do então Presidente da República, Fernando Collor de Melo. Este, foi o ultimo ano em que se verificou um movimento marcante dos estudantes no Brasil.

"Participar é importante para poder transformar. Se não estamos satisfeitos com alguma coisa, podemos propor alternativas e participar na sua transformação. Se estamos contentes com algo, podemos participar na sua divulgação e contribuir para que outras pessoas aprendam com nossa experiência. Isso é exercício de cidadania."


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