terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lagarta sai do algodão e ataca a soja em 6 estados

Desconhecida no cultivo de soja, a lagarta-do-algodão vem sendo tratada como uma nova ameaça à oleaginosa neste início de temporada. Os agricultores estão reforçando a aplicação de inseticidas para controlar a praga em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e no Paraná, conferiu a Expedição Safra nas viagens realizadas por esses estados nas últimas semanas.

“Tivemos 100 hectares atacados e fizemos uma pulverização de emergência para evitar prejuízo maior na produtividade. Ainda não sabemos exatamente qual será o impacto. A lagarta-do-algodão é capaz de destruir as plantas em cinco dias”, contou Hendrik Barkema, produtor de soja e milho em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. A região não planta algodão.

O inseto pode estar simplesmente migrando de uma região para outra, mas essa explicação é considerada simplista pelos técnicos. O agrônomo José Roberto Massud, que atua em Cândido Mota (Sudoeste de São Paulo), na área de abrangência da cooperativa Coopermota, tem uma teoria para explicar o fenômeno. A expansão do milho Bt, que já representa três quartos das lavouras do cereal do país e dispensa o uso de inseticidas contra lagartas, abre espaço para que insetos mais raros se multipliquem livremente. Com uma população maior, a lagarta-do-algodão teria migrado para a soja e desenvolvido gosto pelas folhas da oleaginosa.

“A redução no uso de inseticidas é uma explicação plausível. Mas, serão necessários estudos de campo para se chegar a uma conclusão segura, que vai definir a melhor estratégia de controle”, acrescenta o agrônomo Rudinei Godorni, que atua na região de Itaberá (Sul de São Paulo) como técnico da cooperativa Castrolanda. Ele vem orientando os produtores a controlarem a lagarta-do-algodão logo que identificam sua presença com produtos tradicionais.


Nas lavouras de algodão, a lagarta é controlada com inseticidas específicos. Segundo os técnicos, os produtos registrados para a cotonicultura não podem ser simplesmente usados na soja. Somente produtos registrados para a oleaginosa devem ser aplicados em casos de ataque.


Existem ao menos nove lagartas que atacam a soja. A do algodão (Helicoverpa gelotopoeon) está entre elas, mas sempre foi uma praga secundária, relatam os agricultores. Há registro de ampliação dos ataques na Argentina há quatro safras. 


A identificação da lagarta-do-algodão exige conhecimento técnico. Ela tem pretuberâncias com pelos finos e está entre o verde e o cinza, mas muda de cor dependendo da alimentação. Outra diferença é seu hábito alimentar: gosta de comer as folhas novas da soja e fica envolta nos trevos. 


Segundo a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrope­cuária de Mato Grosso, a Fundação MT, neste ano há registro de ataque intenso também da lagarta-da-maçã (Heliothis virescens). A orientação é para que os produtores monitorem também o aparecimento da falsa-medideira (Pseudoplusia includens).


Fonte:
http://www.gazetamaringa.com.br/online/conteudo.phtml?tl=1&id=1326802&tit=Lagarta-sai-do-algodao-e-ataca-a-soja-em-6-estados

Nenhum comentário:

Postar um comentário