Durante os últimos dias tenho acompanhado o
noticiário sobre o caso da Isadora Faber, de 13 anos, que criou uma página no
Facebook, chamada de “Diário de Classe”: https://www.facebook.com/DiariodeClasseSC?ref=ts, onde ela
mostra os problemas de sua escola e pede melhorias no estabelecimento de ensino.
Ela comenta desde problemas estruturais, passa por bebedouros insuficientes e
fala ainda sobre um professor que não estaria desempenhando o papel dele de
forma correta, porque não controlava a classe.
Veja alguns trechos da reportagem:
Na página, Isadora registra todo tipo de
reclamação. "Olha, temos um orelhão na escola, mas quem disse que
funciona??", indaga ela em um dos posts. "Esses fios pra fora será
que não é perigoso??" (sic), questiona em outro, acompanhado pela fotos de
fios desencapados que, segundo a autora, estariam provocando choque nos colegas
de escola. "De 5 aulas de hoje, só tivemos 2 com os professores titulares,
as outras 3 foram com professoras substitutas. Quando temos aulas com
auxiliares elas dão um texto e uma pergunta e é sempre isso, acho que o tempo
poderia ser melhor aproveitado", conclui.
Segundo ela, as reclamações virtuais têm incomodado
os docentes. "Eles me pedem sempre para eu tirar a página do ar, mas não
vou tirar. Acho que não estou incomodando ninguém. Só quero ter uma educação
de qualidade. É isso que me motiva a fazer esse diário", conta.
Algum tempo depois da página ser publicada em todos
os jornais, algumas matérias diziam que a menina estava sofrendo “bullying”
por parte de outros alunos e funcionários da escola. Pensei no que eu faria no
lugar dela ou dos pais dela, nessa situação. Na minha opinião, a garota estava
correta e tinha que ir até o fim, mesmo que depois tivesse que trocar de
escola.
Graças a Deus, a mãe dela tomou a mesma decisão.
Não deixou a filha desistir. E o resultado da teimosia das duas foi melhor do
que o esperado.
A Secretaria de Educação de Florianópolis divulgou
que vai tomar providências e reformar a escola Básica Maria Tomázia Coelho (que
fica ao norte da Ilha de Santa Catarina) graças à página de Isadora, que serviu
como uma espécie de ouvidoria!
Nossa, quando vi essa notícia pensei no orgulho que
a mãe deve ter dessa garota. Só 13 aninhos e uma noção dos direitos e deveres que
poucos adultos possuem. Uma noção de cidadania, muito importante. Gostaria de poder estar lá e parabenizar as duas.
Como li em algum lugar (e com o que concordo
absolutamente): “a escola é pública, mas nem por isso tem que ser ruim”. Pelo contrário, eu me lembro que, em certa
época do Brasil, a escola pública era muito melhor do que as
particulares.
Concordo, a escola não precisa ser ruim só porque é
pública. Afinal, cada um de nós paga por ela um pouquinho a cada imposto que
pagamos todos os dias, todos os meses, todos os anos. Então precisamos exigir que ela tenha qualidade, como fez Isadora Faber!
Foi uma aula e tanto de cidadania. Se todos agissem assim, nosso país estaria muito melhor.
Parabéns, Isadora!
Leia sobre o caso aqui:
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/no-facebook-estudante-de-13-anos-narra-rotina-de-problemas-de-escola-publica
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