terça-feira, 12 de junho de 2012

PERIGO NA AGRICULTURA - PRAGA DE INSETOS

A multinacional Monsanto é acusada de permitir o surgimento de insetos resistentes a uma semente geneticamente modificada


Sucessivas denúncias contra práticas da multinacional agrícola Monsanto se acumularam nos últimos meses nos Estados Unidos. A primeira delas foi o surgimento de uma nova geração de insetos resistentes a uma semente geneticamente modificada do milho, conhecida como “Bt”. Noticiado pela revista Mother Jones e o site Nation of Change, o escândalo trouxe à tona a discussão sobre o modelo atual de produção de alimentos com o uso de transgênicos.

Criada nos fins dos anos 1990 pela Monsanto, a semente possui em sua estrutura genética um gene da bactéria Bacillus thuringiensis, responsável por matar as lagartas comuns nas plantações. Além disso, a semente torna as plantas resistentes ao herbicida Roundup, também patenteado pela empresa e indicado para eliminar ervas daninhas. A Monsanto lançou a semente Bt de milho, algodão e soja e a comercializou em 52 países.

Desde 2004, um ano após o lançamento do produto, a multinacional recebeu relatos de agricultores norte-americanos sobre o surgimento de lagartas resistentes à semente: de 2007 aos dias atuais, são aproximadamente 100 reclamações recebidas por ano. No entanto, apenas em agosto do ano passado o assunto se tornou público. Agricultores do estado de Iowa contaram ao jornal The Wall Street Journal que os insetos gerados a partir das lagartas resistentes desvastaram os campos de milho (FOTO ACIMA). Logo depois, agricultores na Índia relataram o mesmo problema.

A Monsanto, sediada nos EUA, é a maior fornecedora de sementes no mundo, responsável pela venda de 39% das sementes transgênicas no mercado internacional. No total, são 282 milhões de acres plantados no mundo com sementes Bt; desses, 142 milhões estão em solo norte-americano. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, a semente Bt representa 65% de toda a agricultura de milho e 90% da plantação de soja do país. Pesquisa realizada na Universidade de Sherbrook, no Quebec, Canadá, aponta que o milho geneticamente modificado está presente em diversos produtos alimentícios comuns à população, como bolachas e refrigerantes. Além disso, tanto a soja quanto o milho são responsáveis por alimentar animais para abate.



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