O imperador romano Julio Cesar e seus filhos adoravam circo.
Mesmo sendo nobres, gostavam de dividir com o povo o espetáculo sangrento das
arenas, apesar de algumas fases mais light. Tudo fartamente regato a pães,
vinhos, frutas e comida.
“Enquanto o espetáculo
acontecia, alguns servos jogavam pão nas arquibancadas. Dessa forma o povo não
reclamava dos problemas que tinham ou alguma crise política que poderia estar
em pauta no momento. Ao patrocinarem a diversão e a comida gratuita ao povo, o
mesmo se esquecia, momentaneamente, desses problemas e, quando se lembrasse,
os fervores do momento já haviam passado. Dessa forma, o povo de barriga cheia
e diversão garantida ficava mais calmo, pacífico e voltava para casa sem
reclamar e protestar das injustiças sofridas, tipo cachorrinhos de rua, se
sujeitando uma vez mais aos desmandos dos Césares da época e relegando as
decisões importantes a esses líderes políticos sem participarem ativamente do
processo.(1)”
Nessa época de Roma, poucos reclamavam da vida, porque a
sabedoria do Imperador romano dizia que o que o povo quer é isso: comida e
circo. Agindo assim, Cesar controlava
todos, desde o senado até os inflados romanos.
Nos dias de hoje, a coisa não mudou. Continua a política de
Cesar: enquanto o povo continuar ignorante, o governo pode enganar com a falta
de saúde, instrução, trabalho, moradia, alimento, etc e tal.
Engana com festas, futebol, shows e outras festividades ilusórias,
além da distribuição de cestas básicas que não chegam para o mês todo. Dá
carnaval, com bastante mulher pelada, bastante baixaria, libera a cerveja, e,
durante o ano, dá qualquer dinheiro pro povo poder comer…
Com isso, o
povo, satisfeito, esquece de exigir educação, saúde, moradia e outros
direitos básicos. Mesmo porque, existe sempre
alguém que gosta de pão como esmolas do poder dominante e circo como diversão,
mas agora a maioria quer mais, a maioria quer seus direitos, garantidos pela
constituição, sendo respeitados, sem a má-fé de políticos aproveitadores.
O povo agora quer a prestação de contas públicas colocadas à
mesa, sem irregularidades porque esse dinheiro são os impostos pagos com o suor
do nosso trabalho.
O povo quer melhorias na cidade sem que tenha que engolir a
velha frase: “O poder dominante é o melhor, fez obras para o povo”. Como? As
obras para o povo vêm do próprio bolso do povo, que paga seus impostos todos os
dias, portanto o administrador está fazendo apenas a sua obrigação.
Ou seja, enquanto a atenção do povão é desviada para essas
tolices, ninguém percebe o problema grave que está passando.
Ninguém reclama, e quem o faz procura fazer muito baixinho,
quase nem dá pra ouvir.
Enfim, a verdade é que fazemos parte de um povo
inegavelmente desesperançado e acomodado, que desistiu de lutar e aceitou,
servilmente, o “menos pior” para ter pelo menos uma chance de se sobressair.
Pensar dá trabalho. Agir, então, nem se fala.
O melhor mesmo é deixar tudo como
está, entregue às hienas sedentas de poder.
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