segunda-feira, 18 de junho de 2012

FRAUDES EM CONCURSOS PÚBLICOS

O Fantástico, da Rede Globo, apresentou ontem à noite uma reportagem sobre as fraudes em concursos públicos no Brasil, inclusive no Paraná.
“Dez milhões de brasileiros participam de concursos públicos a cada ano. E uma quantidade incalculável deles está sendo passada pra trás". 

Veja o que o Fantástico apurou:em todos os 26 estados do Brasil e no Distrito Federal, os ministérios públicos investigam algum tipo de fraude em concursos públicos. 

É maracutaia em todo o país! Só na Bahia, por exemplo, foram 36 casos de irregularidades em concursos. Em Mato Grosso do Sul, as questões de um concurso foram copiadas de uma prova feita antes no Pará. E, no Maranhão, um analfabeto foi aprovado graças ao esquema montado por um secretário municipal, parente dele. 

"Veja o que o ex-dono de uma empresa que fraudava concursos conta. Ele diz que agora se afastou dessa atividade:

Repórter: Qual era o perfil dos candidatos beneficiados aprovados fraudulentamente? 

Dono da empresa: Unicamente apadrinhados políticos da administração municipal."

A maior parte das fraudes acontece nos concursos municipais. Prefeitos e vereadores contratam uma empresa para organizar a prova e indicam os candidatos que eles querem ver aprovados. 

É a oficialização do cabide de empregos. “O perfil que nós identificamos é sempre de alguma forma ligado ao administrador. Ou por laços de parentesco, ou por afinidade partidária, político-partidária, ou até mesmo quem já presta serviços ao Executivo”, explica o promotor de Justiça Mauro Rockembach.

“Isso aí você deixa comigo que eu sou especialista. A gente faz o concurso com tudo normal, bonitinho. A pessoa faz a prova e não comenta com ninguém. Depois, nós trocamos o gabarito”, explica José Roberto Cestari.

(José Roberto Cestari, dono da Cescar, de Maringá)
Foi isso que a fiscal do início dessa reportagem descobriu ao rever os cartões de respostas que, no dia da prova, tinham sido entregues quase em branco. “Quando os cartões-resposta vieram estavam todos preenchidos”

[...] Ele ensina ao suposto assessor uma forma de não chamar atenção para a fraude: adiar a convocação dos apadrinhados: “Se você tem dez vagas, você passa o cara lá em oitavo, nono lugar. Chama dois esse mês, depois chama mais dois.

 
(José Roberto Cestari, dono da Cescar, de Maringá)
Porque os mais visados são o primeiro e segundo lugar”.

(José Roberto Cestari, dono da Cescar, de Maringá)
[...] “É muito injusto que, enquanto alguns estudam, correm atrás, gastam seus recursos financeiros, seu tempo, sacrificam família para passar em um concurso público, e outra pessoa vai e compra esse espaço”.

“Eu achei que foi cachorrada. Muita gente deixou de fazer muita coisa, se deslocou de longe, foram feitas de palhaço, foi um teatro”, reclama o candidato honesto.

Um verdadeiro absurdo! 
É preciso ficar de olhos bem abertos! E, se tiver alguma dúvida, procurar as autoridades competentes para que investiguem o concurso!

Assista a reportagem completa em:

Blog do Rigon:
Não é a primeira vez que Cestari aparece na mídia. Em 2009, conforme este blog registrou, uma prova aplicada no Rio Grande do Sul foi objeto de suspeita. Em 2008, o blog também publicou sobre investigação do Ministério Público sobre o mesmo tema na região, lembrando que o prefeito de Santa Fé, Fernando Brambilla, ex-presidente da Amusep, teve os bens indisponibilizados por causa de suspeita em concurso, no qual sua mãe foi aprovada servidora municipal.

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